segunda-feira, 2 de março de 2009

Módulo n.º 9 - Marketing do Turismo

Curso Profissional de Técnico de Turismo
Informação e Animação Turística – 11.º Ano - Módulo n.º 9 – Marketing do Turismo – 48 Tempos
Marketing o Turismo
Competências:
1 – Introdução ao Marketing
1.1. Definição do conceito de marketing
1.2. Marketing estratégico e marketing operacional
1.3. Os níveis de procura e a gestão de marketing
1.4. Relações da função marketing com as outras funções da empresa
2 – Marketing territorial e marketing de serviços
2.1. Marketing turístico – natureza e particularidades
2.2. Diferenças básicas entre marketing de produtos tangíveis e produtos intangíveis
3 – O mercado turístico
3.1. Conceito
3.2. A oferta e procura turística
3.2.1. A procura turística nacional e internacional
3.3. Características gerais dos principais países emissores de turismo para Portugal
3.4. Características do turismo português
4 – Marketing Mix
5 – Conhecer um Plano de Marketing

Objectivos de aprendizagem:
1.1. Conhecer e dominar as noções de marketing
1.2. Identificar as normas básicas de marketing
1.3. Identificar as componentes do marketing mix
1.4. Identificar as componentes do marketing turístico
1.5. Identificar as características e o ciclo de vida de um produto
1.6. Promover os produtos e identificar a importância de cada marca no mercado
1.7. Identificar a importância do preço e da distribuição de um produto turístico
1.8. Realizar uma avaliação global das potencialidades e das fragilidades da procura e da oferta turística



Recursos:
Campos, A. P., Cardeiro, F. & Esteves, M. J. Técnicas de Organização Empresarial (1999). I Volume. Plátano Editora.
Cunha, Licínio (2007). Introdução ao Turismo. Verbo
Firmino, Manuel Brazinha (2007). Turismo – Organizações e Gestão. Escolar Editora.
Tocquer, Gérard & Zins, Michel (2004). Marketing do Turismo. Instituto Piaget
Fotocópias de textos, artigos e revistas, retirados de livros, jornais, revistas, páginas da Internet.
Blogue da turma: http://tiat11tt.blogspot.com
Artigos retirados do Relatório do Banco de Portugal (2007/2008).
Fichas de trabalho.
Instrumentos de avaliação:
Participação nas aulas e trabalhos de aula/casa.
Ficha de avaliação sumativa de conhecimentos.
Organização de um porte fólio individual de aluno.

1 – Introdução ao Marketing
1.1. Definição do conceito de marketing
TEXTO: Marketing Quotidiano
Hoje da manhã acordei ao som da minha rádio “It´s a Sony”. Arrastei-me preguiçosamente para tomar um duche com “Dove”, “a minha pele falou por mim e as minhas amigas nem queriam acreditar”.
Seguiu-se o meu pequeno-almoço com Kellog´s, K, é claro, para conseguir manter a linha.
Vesti a minha camisola United colors of Benetton e o meu Swatch avisa-me que são horas de sair. Pego na chave do meu Ferrari, amarelo, e ao som do Grundig made for me sigo para a Escola, destino anunciado.
Aqui estou eu no meio de Mustangs e Chevignons, Uniforms e Soviet e …
Bem-vindos ao Marketing!
O que é o marketing e de que serve à empresa?
 Para que a empresa se implemente melhor?
 Para cativar mais clientes?
 Para ter mais lucros?
Vamos saber qual foi a evolução do marketing com “ciência” e o modo como este ajuda a empresa na sua luta pela sobrevivência.
O marketing como elemento de gestão empresarial tem a sua origem em meados dos anos 60.
Nos anos 50 já alguns países mais industrializados, nomeadamente os EUA, começaram a utilizar a terminologia de marketing; no entanto ela só se generalizou nos anos 60.
A evolução do conceito concretiza-se em várias fases, que não são estanques entre si e que se foram desenvolvendo a par do desenvolvimento do próprio país.
Existem quatro fases do marketing:
Produção
Noção: Marketing é o conjunto dos meios de que dispõe uma empresa para vender os seus produtos aos seus clientes de um modo rendível, é em suma um estado de espírito e a preocupação constante com o cliente.
O Marketing hoje em dia é uma combinação do Marketing Integrado e do Marketing Social.
O Marketing Social refere-se à preocupação que hoje em dia as empresas possuem relativamente ao meio ambiente.

O Marketing integrado como cultura da empresa
Bom marketing é uma função dos bons clientes. As capacidades de marketing são mais importantes do que os bons produtos.
A empresa começa a ter como prioridade a satisfação do cliente – pensando no cliente – sem esquecer a satisfação dos objectivos da empresa. Há que conhecer bem o cliente – os seus desejos e valores – para conseguir o retorno dos seus investimentos. Assim, a empresa entra na fase do marketing integrado.
Os objectivos da empresa são, definidos pelo próprio mercado. Isto é, a empresa só produz o que pode vender de acordo com as exigências dos consumidores – os seus valores e necessidades – e com os objectivos da empresa e o bem-estar social.
Marketing – processo de gestão que consiste na identificação, antecipação e satisfação dos desejos e necessidades do cliente. É erradamente confundido com vendas ou publicidade. Os departamentos de marketing da maioria das grandes empresas são responsáveis por actividades como a publicidade, os estudos de mercado, a definição de preços, promoções e testes de novos produtos. No caso das pequenas e médias empresas, é comum a subcontratação de algumas destas actividades, como a publicidade e os estudos de mercado. Fonte: Executive Digest.
As 10 regras do marketing:
1 – Produza o que se consegue vender não tente vender o que consegue produzir;
2 – Lucre com a satisfação do cliente, não tente lucrar com o volume de vendas;
3 – Divulgue a satisfação do cliente, não tente publicitar o produto;
4 – Planeie e rentabilidade, não tente fixar objectivos de vendas;
5 – Antecipe as necessidades dos clientes, não tente copiar a concorrência;
6 – Estabeleça relações duradouras com os clientes, não tente, exclusivamente, vender produtos/serviços a clientes;
7 – Defenda a quota de mercado, assegurando a fidelidade dos clientes;
8 – Estabeleça o preço a partir do valor do produto, e não a partir dos seus custos de produção;
9 – Oriente toda a organização para o cliente;
10 – Rentabilize os investimentos em marketing, não tente reduzir os custos comerciais.
Definição e objectivos da função comercial
O perfil do profissional de marketing
No princípio era a venda e a venda não era marketing. Então a venda tornou-se marketing, e o marketing ficou sem venda. E o marketing tornou-se venda. Não se trata de um mero jogo de palavras, mas de relatar a evolução que o marketing tem sofrido durante a sua curta vida. Não é preciso recuar muito no tempo , bastam umas dezenas de anos, para nos lembrarmos da apreciação que em, geral, a sociedade fazia dos profissionais que enveredavam por uma carreira de vendas. Na maioria dos casos os profissionais subiam à sua custa sem serem acompanhados de formação. E quem ia para o marketing? Em Portugal, nas universidades não existia qualquer cadeira de marketing nos anos 60. As carreiras do marketing desenvolveram-se em Portugal muito recentemente, em parte devido à liberalização do mercado de iniciativa privada. Hoje o perfil exigido a um profissional de marketing é um retrato diferente do habitual. Traços como a capacidade analítica, polivalência, capacidade de ouvir e dialogar, bom-senso e criatividade são referidos pelos responsáveis pelo seu recrutamento.
As ideias-chave são: segmentar, posicionar, definir estratégias, atacar o cliente. Com o desenvolvimento e a crescente pressão da competitividade e da sofisticação dos produtos, o conceito de marketing evoluiu, surge o marketing global, o marketing do cliente, o marketing do canal de distribuição. Fonte: Fortuna.
Aplicação: através da leitura do texto trace o “perfil” do profissional de Marketing.

Cabe ao departamento comercial de uma empresa estudar os clientes e portanto saber como devem ser atraídos. Deste modo, é a função comercial que vai desenvolver vários métodos utilizando os meios que a empresa dispõe para promover, no mercado, os comportamentos favoráveis à realização dos seus próprios objectivos, tendo como ponto de partida a satisfação do cliente e ter portanto uma atitude de marketing.
CONSUMIDORES MERCADO ESTUDO DE MERCADO
Marketing como Filosofia de Gestão
É a satisfação das necessidades e desejos humanos que está na origem do conceito de marketing.
O termo necessidades é frequentemente referido na sua acepção mais abrangente, oo seja, englobando os conceitos de desejos/preferências.
As necessidades são inerentes à condição humana e têm a ver com a satisfação de privações relacionadas com a sobrevivência. A sua natureza é, por isso, básica e o seu número limitado a alimentação, abrigo, ar. Água, roupas, etc.
Os desejos/preferências são manifestações específicas das necessidades. Ao contrário destas, são numerosos e a opção de entre as alternativas disponíveis é influenciada por aspectos culturais, factores como a moda, ar, água, roupas, etc.
O marketing só existe porque a vida em sociedade é impossível sem a realização de trocas.
A troca consiste no acto de obtermos qualquer coisa que desejamos, oferecendo algo desejado pela outra parte, em compensação. A necessidade de trocar bens ou serviços advém do facto de nenhum ser humano ser auto-suficiente e, portanto, capaz de, por si só, satisfazer as suas necessidades e desejos.
Segundo Philip Kotler, um dos mais prestigiados professores americanos de marketing, para que se concretize uma troca, cinco condições devem ser satisfeitas:
Existirem, no mínimo, duas partes;
Cada parte ter qualquer coisa à qual a outra parte atribui valor;
Cada parte estar em condições de comunicar com a outra e de proceder à entrega;
Cada parte ser livre de aceitar ou recusar a oferta da outra;
Cada parte acreditar que é apropriado ou desejável negociar com a outra parte.
Quando estão reunidas todas as condições necessárias à realização de uma troca e esta se concretiza, estamos perante uma transacção.
Em princípio, ambas as partes devem sair de uma transacção mais satisfeitas do que estavam antes. É esta razão que justifica a afirmação segundo a qual o processo de troca cria valor. Se este é o caso, é natural que as transacções entre as partes se repitam e levem à construção de relações de carácter duradouro (fidelização ao sistema de transacções).
Valor é a capacidade que algo que foi trocado tem para satisfazer as necessidades das partes envolvidas na transacção. O valor é percebido por cada uma das partes através dos benefícios proporcionados pela posse do bem ou serviço trocado (e não pelo bem ou serviço em si).
Daqui resulta que o conceito de utilidade está, por um lado, directamente relacionado com o conjunto dos benefícios percebidos e, portanto, com o grau de satisfação sentido pelo adquirente (subjectivo, logo, variável) e, por outro, com o custo dispendido na transacção (relação custo/benefício).

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